_ Dados do Ministério da Saúde revelam que 24,3% dos adultos brasileiros são afetados pela doença _
A obesidade é um dos maiores desafios de saúde pública da atualidade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1 bilhão de pessoas no mundo vivem com obesidade. No Brasil, a situação também é preocupante: dados do Ministério da Saúde revelam que 24,3% dos adultos brasileiros são afetados pela doença — ou seja, 1 em cada 4 brasileiros. Se os hábitos alimentares atuais não mudarem, até 2044 o país pode ter 130 milhões de pessoas com sobrepeso ou obesidade, segundo um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apresentado no Congresso Internacional sobre Obesidade – 2024, em São Paulo.
Em Goiás, uma pesquisa realizada pela Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO) em 2022 indicou que 57,3% dos adultos do estado estavam acima do peso. Esse cenário reflete uma tendência nacional que pode ter graves consequências nos próximos anos. Com o Dia Mundial da Obesidade e o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade (11 de outubro) se aproximando, o Hospital Santa Helena intensifica os alertas sobre os riscos associados à doença.
A obesidade – caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, resulta de um desequilíbrio entre a ingestão alimentar e o gasto energético do corpo. Quando o consumo de calorias é superior ao necessário para as atividades diárias e manutenção do organismo, o corpo armazena esse excesso na forma de gordura, desencadeando a doença. Essa condição crônica pode evoluir com o tempo e, sem tratamento adequado, pode reduzir a qualidade de vida e predispor o indivíduo a diversas complicações de saúde.
Impacto na saúde
De acordo com o cirurgião Thiago Becker, além de prejudicar a qualidade de vida, a obesidade está diretamente associada a várias condições graves, incluindo: diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, asma, gordura no fígado, apneia do sono e alguns tipos de câncer.
A OMS reconhece a obesidade como uma das principais causas de morbidade e mortalidade, tornando-a uma prioridade global em termos de prevenção e tratamento.
A cirurgia bariátrica como opção de tratamento
Para casos de obesidade grave, a cirurgia bariátrica pode ser uma solução eficaz. Segundo o cirurgião Thiago Becker, essa intervenção é recomendada para pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) entre 35,0 e 39,9, quando associada a comorbidades relacionadas à obesidade, como diabetes e hipertensão, ou para aqueles com IMC acima de 40, independentemente de outras condições de saúde.
A cirurgia reduz o tamanho do estômago e pode alterar o trânsito alimentar, promovendo saciedade mais rápida, diminuição do apetite e melhorias no funcionamento hormonal. Entre os principais benefícios estão o emagrecimento saudável, o controle de doenças associadas, o aumento da qualidade de vida e a longevidade.
Prevenção
Apesar das opções de tratamento, a prevenção continua sendo a melhor estratégia. Adotar uma alimentação equilibrada, praticar atividades físicas regularmente e manter um estilo de vida saudável são fundamentais para evitar o desenvolvimento da obesidade e suas complicações.
“É preciso adotar hábitos saudáveis e buscar ajuda médica quando necessário. A obesidade é uma doença tratável, mas o esforço para preveni-la deve ser coletivo, envolvendo educação, políticas públicas e apoio à população para a criação de um ambiente mais saudável e inclusivo”, afirma Thiago Becker.