Goiás – HMAP inaugura ala exclusiva de cuidados paliativos

Serviço, que já é ofertado no hospital desde o início da gestão do Einstein, passa a contar com dez leitos específicos, e traz conforto ainda maior aos pacientes

Quando um ente familiar passa por problemas de saúde crônicos, que causam intenso sofrimento, a qualidade de vida de todos é afetada, incluindo aspectos físicos, emocionais, sociais e espirituais. Pensando em trazer mais conforto e dignidade para esses pacientes, o Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia – Iris Rezende Machado (HMAP), unidade pública gerida pelo Einstein, inaugurou nesta segunda-feira,30, ala humanizada e exclusiva de cuidados paliativos.

Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 625 mil pessoas em todo o Brasil precisam de cuidados paliativos, porque enfrentam doenças graves, crônicas ou em finitude. Desde o início da gestão Einstein, passaram pelo HMAP 583 pacientes avaliados pela equipe médica de cuidado paliativo. Atualmente, o hospital atende 15 pessoas nessa situação.

De acordo com a médica paliativista Lidia Milioli, referência técnica de cuidados paliativos do HMAP, o serviço já era realizado na unidade, mas agora, com a inauguração dessa ala, será possível trazer um conforto ainda maior para quem está em sofrimento por um processo de adoecimento. Inicialmente, serão dez leitos. “O objetivo da gestão Einstein é conseguir ofertar sempre uma melhor qualidade de atendimento para que esses pacientes e suas famílias se sintam parte do processo de tratamento, e para que a gente consiga dedicar um cuidado mais humano, mais ético e mais digno”, explica.

Para a especialista, há ainda muita desinformação sobre o que são os cuidados paliativos. “Não é só para o paciente que está no fim da vida. O cuidado paliativo envolve também pacientes que têm doenças potencialmente curáveis, mas que durante a trajetória de doença, vão evoluir com algum sofrimento”, afirma a médica. Ela acrescenta que transformar a jornada desse paciente em algo menos sofrido, aumenta, inclusive, a chance de sucesso no tratamento.

Uma abordagem do cuidado paliativo é trazer o paciente para dentro do seu processo, inclusive sobre tomada de decisões. “É essencial compreender o que esse paciente entende do que ele está vivendo, ouvir dele o que acha justo e proporcional com seu corpo, e, também, tirar as dúvidas sobre esse processo, quais decisões ele gostaria que fossem compartilhadas com ele e quais ele não gostaria. Isso permite uma abordagem mais humana e personalizada no cuidado durante a internação”, completa Lídia.

Tendência

De acordo com a Academia Nacional de Cuidados Paliativos, existe uma tendência de aumentar a oferta desse tipo de serviço no país, inclusive na rede pública. Em maio, o Ministério da Saúde lançou uma política voltada para a capacitação de equipes com investimentos anuais de R$ 887 milhões por ano. No HMAP, a intenção é de que com leitos exclusivos aos cuidados paliativos, a equipe multiprofissional – médicos, psicólogos, nutricionistas e outras equipes assistenciais -, consiga avaliar melhor as possibilidades de conforto para o paciente. “A gente avalia junto ao paciente se ele consegue fazer o tratamento em casa, se ele pode comer algo que ele gostaria na condição em que está, além de acolher melhor a família”, finaliza a médica.

Sobre o HMAP

O Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia – Iris Rezende Machado (HMAP) foi inaugurado em dezembro de 2018 e é o maior hospital do estado feito por uma prefeitura. Administrado pelo Einstein desde junho de 2022, foi construído numa área superior a 17 mil metros quadrados, onde atua com mais de 1,1 mil colaboradores para o atendimento de casos de alta complexidade, incluindo hemodinâmica e cirurgia bariátrica, além de várias especialidades cirúrgicas e diagnósticas. A estrutura contempla dez salas de cirurgia e 235 leitos operacionais, sendo dez de UTI pediátrica, 39 de UTI adulto, 31 de enfermaria pediátrica, e 155 leitos de clínica médica/cirúrgica.

Trata-se da primeira operação de hospital público feita pelo Einstein fora da cidade de São Paulo. Nos primeiros seis meses de gestão, as filas de UTI da unidade foram reduzidas consideravelmente e a capacidade de atendimento dos leitos, dobrada. Já as longas filas de espera para cirurgias eletivas foram diminuídas em menos de um ano, feito alcançado graças a iniciativas como mutirões cirúrgicos, que priorizaram demandas urgentes. Nos primeiros seis meses de gestão Einstein, o tempo de permanência dos pacientes no hospital também foi reduzido de 9,5 para 5 dias. Em relação à mortalidade, em junho de 2022 a taxa era de 15,33% e, seis meses depois, de 3,6%.

Legenda: Médicas Bárbara Norberto e Lídia Milioli com paciente em cuidados paliativos (Foto: Divulgação)